sábado, 3 de dezembro de 2011

Madura antes do tempo

Sim, esse post é das coisas do coração.
Gostaria de falar das coisas que hoje estou a sentir, coisas que há meses se intensificam desordenadamente.
Não é que hoje eu não sonhe mais, só não sonho com aquelas hipóteses mais improváveis, sabe? Do tipo amor à primeira vista e todas as derivadas da falta de necessidade de conhecimento prévio como pré-requisito.
Não é que tenha me tornado uma pessoa exigente, mas criei novas necessidades para poder arriscar/acreditar: necessito de uma boa conversa, necessito estar espontaneamente interessada, necessito que ele goste de mim com minhas besteiras, fragilidades e feiuras, necessito querer morrer nos braços dele, necessito que haja comunhão/cumplicidade/entrega, necessito ser gostada como sou, necessito me sentir livre pra me mostrar, pra dar gargalhada, falar bobagem, ser menina, ser mulher, comer besteira, chorar nos filmes, necessito sentir vontade de não ir embora e de ficar pra sempre, necessito que não haja pressa, mas haja urgência, necessito que tudo que foi citado acima seja recíproco e que não tenhamos medo de ser a mesma pessoa na vida um do outro por muitos anos.
Gosto das coisas pequenas, dos detalhes, das possibilidades de encantar-se, surpreender-se, dos desavisos, dos encontros, de fazer careta, do que acontece, do acaso, de tocar o rosto, dos processos, dos olhos brilhando, do gosto de vida, das intensidades, da sintonia, da embriaguez desprovida de álcool e derivados.
Às vezes tenho a sensação de que ele não vai chegar. Difícil me entregar. Eu até posso sofrer de apaixonamentos ou paixonites, mas são tão fogo de palha, logo as desminto e saio correndo feito louca, buscando um lugar seguro. Não há mar por aqui, então verifico: coração guardado no bolso! Volto pra capital do meu estado civil: Euzinha.
Está melhor assim, só eu comigo mesma. Mais resistente, porque desacreditada não soa nada poético. Fruta madura antes do tempo é só aparência, não tem gosto.

E ciente de que não há tempo certo, não há pessoa certa. Sim, há encontros, ainda que desencontrados, mas há! Há falta de ar, fraqueza nas pernas, borboletas no estômago e é possível que se vier às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz.

Ainda não me cativaram...

Mas, estou bem, se quiser saber!

Há mar...

Rosi Alves


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